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Escola Politécnica da UFRJ é declarada Patrimônio Histórico, Cultural e Científico de Natureza Imaterial do Estado do Rio

Lei estadual, de autoria da deputada Elika Takimoto, reconhece importância da instituição

Primeira escola de Engenharia das Américas, 7ª no mundo, a maior instituição federal de
ensino de engenharia do Brasil e a mais antiga entre as unidades fundadoras da UFRJ, a
Escola Politécnica da UFRJ foi declarada na última terça-feira (02/04) como Patrimônio
Histórico, Cultural e Científico de Natureza Imaterial do Estado do Rio de Janeiro, através
da lei 3.294/2024, de autoria da deputada estadual Elika Takimoto. Este ano, a Politécnica
da UFRJ também celebra 150 anos de sua fundação, e do Ensino Superior Civil de
Engenharia, Ciências e Matemática, em 1874, após separação da Escola Central – ambas
originárias da Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho de 1792. A oficialização
do reconhecimento está marcada para o dia 25 de abril, às 10h, no Palácio Tiradentes, sede
da Alerj.
Ao longo de sua trajetória, a Escola Politécnica foi responsável pela formação de gerações
e mais gerações de engenheiros renomados. Grandes matemáticos, educadores, cientistas,
intelectuais e artistas engrandeceram e refletiram sobre a ciência e a educação brasileira,
entre eles: Júlio César de Melo e Sousa, mais conhecido pelo pseudônimo Malba Tahan
(autor do livro “O homem que calculava”), Carmen Portinho e Lima Barreto. Além disso,
também formou líderes políticos e sociais que pensavam no Brasil: André Rebouças, Paulo
de Frontin, Amaral Peixoto, Hélio de Almeida e Pereira Passos.
“Sempre fomos protagonistas no desenvolvimento de grandes projetos de engenharia e
políticas públicas em prol da prosperidade econômica e bem-estar social. É motivo de
orgulho pertencer a esta instituição longeva, onde se cultiva a riqueza de saberes, a
capacidade intelectual e a inovação tecnológica, atendendo aos diversos desafios
apresentados através dos tempos”, destacou a diretora da Escola Politécnica da UFRJ,
Cláudia Morgado.
Hoje, a instituição possui mais de 5 mil alunos entre os seus 13 cursos de graduação em
Engenharia – a maioria com conceito máximo na Avaliação do MEC, e também figura entre
as melhores escolas de engenharia em rankings nacionais e internacionais. Sua excelência
também é indicada pelos prêmios acadêmicos que coleciona há décadas, pela relevância
das pesquisas e dos projetos inovadores que se desenvolvem em seus laboratórios e,
acima de tudo, pelo sucesso de seus alunos no mercado de trabalho.
“O projeto de lei que declara a Escola Politécnica da UFRJ patrimônio histórico, cultural e
científico do estado busca reconhecer uma instituição histórica e referência no
desenvolvimento da engenharia nacional. Essa iniciativa visa valorizar sua trajetória rica em
fatos, feitos e personagens, além da importância da Escola para a vida pessoal e
profissional de antigos e atuais professores e alunos”, avaliou a deputada estadual Elika
Takimoto.
Localizada na Cidade Universitária da Ilha do Fundão, a Escola Politécnica, junto com a
Escola de Química (EQ), O Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa
em Engenharia (Coppe), o Instituto de Macromoléculas (IMA) e o Núcleo Interdisciplinar
para o Desenvolvimento Social (NIDES), formam o Centro de Tecnologia (CT/UFRJ), onde
se concentram todas as atividades de ensino, pesquisa e extensão em engenharia da
UFRJ.
Sua origem em 1792, num contexto fervilhante do século 18
A Engenharia brasileira nasceu em berço militar. Foi com o objetivo de construir fortificações
que defendem a colônia, ainda tão vulnerável a ataques de outros povos e corsários, que a
Coroa Portuguesa determinou que engenheiros estrangeiros começassem a ensinar
técnicas de fortificações, matemática, ciências e artilharia a oficiais brasileiros.
Em 1810, com a presença da família real portuguesa na cidade do Rio de Janeiro, o
ministro D. Rodrigo de Souza Coutinho, o Conde de Linhares, instituiu a Academia Real
Militar. Ao longo dos anos, sofrendo diversas alterações no seu nome e na sua estrutura
curricular, mas sempre contemplando os ensinamentos das engenharias militar e civil, essa
sucessão finalmente deu origem, em 1874, à Escola Polytechnica, uma instituição civil
pioneira no ensino de matemática, ciências e engenharia no Brasil. Por sua vez, em dois
momentos posteriores, esta última também teve a sua denominação alterada, até resgatar,
em 2003, o seu nome de origem. Assim, em linha direta e ininterrupta, a Escola Politécnica
da UFRJ é sucessora da Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho de 1792 e da
Escola Polytechnica do Rio de Janeiro.
Da Casa do Trem (atualmente parte do Museu Histórico Nacional), a Academia Real Militar
teve sua sede transferida, em 1812, para o Largo de São Francisco de Paula, ocupando o
primeiro prédio construído no Brasil para abrigar uma Escola hoje dita superior. A Escola
situada no Largo de São Francisco é considerada o “Berço da Engenharia Brasileira”,
funcionando ali até 1966. Atualmente, o prédio está ocupado pelos Institutos de Filosofia e
Ciências Sociais e de História da UFRJ.
O ensino nessa Escola abrangia três cursos distintos: um curso teórico de Ciências
Matemáticas, Físicas e Naturais, um curso de Engenharia e Ciências Militares, e um curso
de Engenharia Civil, voltado para as técnicas de construção de estradas, pontes, canais e
edifícios, que era ministrado aos não-militares, ou seja, aos civis que frequentavam as
aulas.
Em 1874, a Escola Central transferiu-se do Ministério do Exército para o Ministério do
Império, e passou a ser denominada Escola Polytechnica, atendendo apenas alunos civis.
Além de bacharéis em ciências e engenheiros civis, que já se formaram pela Escola
Central, foram criadas novas especialidades de engenharia. Até meados do século XX,
seus programas de ensino eram considerados padrões para todas as escolas de
engenharia do país e, por sua influência, muitas são denominadas, até hoje, Escola
Politécnica.
Em 1937, passou a se chamar Escola Nacional de Engenharia e, em 1965, já na Cidade
Universitária, passou a se chamar Escola de Engenharia. Posteriormente, em 2003, voltou a
se intitular Escola Politécnica, por ter sido esse o nome em que ela atingiu o apogeu de sua
fama e prestígio, em que se tornou reconhecida no âmbito nacional e internacional.

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