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Ciência, inovação e engenharia compõem tripé que pode alavancar desenvolvimento do Brasil

Ciência, inovação e engenharia compõem tripé que pode alavancar desenvolvimento do Brasil
Neoindustrialização do Brasil

Em palestra em seminário da FINEP, presidente do Clube de Engenharia, Márcio Girão, defende maior integração entre universidades e empresas para sucesso de nova industrialização

O surgimento de uma nova indústria no Brasil passa inevitavelmente por uma relação mais engajada do setor com o meio acadêmico. Tanto os centros de pesquisa quanto as fábricas precisam de uma maior integração para que ideias inovadoras tenham aplicação comercial e cheguem ao mercado em grande escala. São diretrizes que podem fazer diferença na política para desenvolvimento industrial do país, conforme explicou o presidente do Clube de Engenharia, Márcio Girão, em palestra durante o seminário “Neoindustrialização em novas bases e apoio à inovação nas empresas”, realizado pela FINEP.

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Crédito: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília

Em sua palestra, na mesa “Indústria e Universidade”, Girão citou vários exemplos de inovações tecnológicas que tiveram grande impacto no mundo e que representam bem não só a integração entre a pesquisa e a aplicação comercial como comprovam a importância da engenharia nesse processo. É o caso da criptografia assimétrica, do forno de micro-ondas, dos chips presentes em computadores, celulares e em hoje em dia em quase todos os aparelhos, além da música em mp3. Mas no Brasil há também avanços que já foram alcançados graças a esse modelo, como a descoberta do Pré-Sal pela Petrobras. Só com o empenho de pesquisadores do Cenpes, que se aliaram aos engenheiros dos campos de operações em águas profundas, foi possível localizar e comprovar a presença dos poços abaixo da camada de sal.

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Música em mp3 causou revolução. Crédito: Pixabay

“Em qualquer área onde a tecnologia atua, sem ciência, sem inovação e sem engenharia, não há desenvolvimento. Este é o tripé. O desafio, portanto, não é apenas a integração universidade-indústria, mas da inovação com a engenharia”, ressaltou Girão.

O desafio é imenso não só pela falta de uma dedicação maior à criação de patentes que não sirvam apenas para preencher prateleiras, mas que de fato tenham viabilidade. Por outro lado, as empresas também precisam buscar dialogar melhor com as universidades. Superar as barreiras para o desenvolvimento tecnológica também exige que o país recupere seu setor de engenharia de projetos, segundo o presidente do Clube. Conforme ele explicou, há outro problema a ser suplantado, que é a recuperação das grandes empresas de engenharia, que foram duramente atacadas nos últimos anos pelo lavajatismo.

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Engenharia de projetos nacional precisa ser retomada. Crédito: Pixabay

 “Trazer de volta o protagonismo da engenharia por meio de suas entidades representativas, empresas e startups de base tecnológica, a indústria no sentido amplo, todos integrados, com e pelas agências de fomento, entre si e com os institutos de ciência e tecnologia e, obviamente, forte apoio governamental para a construção das rotas tecnológicas que forneçam o rumo, no espaço, no recurso e no tempo, rumo às missões já identificadas para o desenvolvimento do Brasil”, propõe Girão.

A inovação já é um requisito para o enquadramento dos projetos que recebem apoio da FINEP e será a palavra de ordem da nova política industrial. Mas essa diretriz não é apenas uma forma de qualificação das ideias. Trata-se de uma orientação já buscada pelos países que lideram a corrida tecnológica e que, por isso, também conquistaram melhores posições entre as maiores economias do mundo.

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União de esforços entre acadêmicos, engenheiros e empresas é fundamental. Crédito: Pixabay

A consolidação do tripé ciência, inovação e engenharia exige maior investimento em educação e na formação de doutores, a destinação correta das verbas de pesquisa para os projetos que atendam demandas reais e a recuperação do setor de engenharia de projetos. É um processo que depende também de uma mudança política que envolve a participação de entidades representativas das engenharias e da comunidade científica, o interesse do setor produtivo, incluindo startups de base tecnológica, agências de fomento, institutos de ciência e tecnologia, que conjuntamente com o governo podem deslanchar esse processo. 

“A ciência sem a engenharia não gera a Inovação como produto, logo, não a transforma em riqueza”, concluiu Girão.

Assista aqui à palestra:

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